O espaço é muito giro e está cheio de pormenores de decoração muito interessantes. Gostei especialmente dos candeeiros encarnados. Adoro candeeiros grandes.
Como na sexta-feira foi dia de apertar os dentinhos, normalmente ando 4 ou 5 dias em que não posso exigir muito dos desgraçados. Pedi o risotto do dia. Era de cogumelos. 11 Euros.
Os pratos começaram a chegar, entre o tártaro de atum, o bacalhau com broa, a alheira com arroz de grelos e as pataniscas com arroz de feijão, lá vinha o meu risotto de cogumelos. Os pratos não vinham mal servidos. Claro que não é uma pratalhada mas vinham simpáticos. Com excepção do meu. No meu prato não estavam mais do que 4 colheres de sopa (mal cheias) de risotto.
Comecei logo a ficar com o nariz torcido e com cara de poucos amigos. Logo tinha que ser o meu prato a vir mal servido… logo eu que sou uma cliente chata para caramba.
Se há coisa que me irrita é ser mal servida. Pior do que a comida estar mal confeccionada ou não gostar do serviço, é servirem-me estupidamente pouco. Ainda por cima não estávamos a falar de uma carne ou peixe de elevadíssima qualidade em que, por 11 Euros, ou comes pouco mais do que o diâmetro de uma bola de ténis, ou então pagas mais. Ali estávamos a falar de arroz com cogumelos! Não me lixem.
Provei o risotto e estava muito saboroso. Chamei o empregado e disse-lhe:
Eu: Olhe, não me leve a mal o que lhe vou dizer, mas estou muito zangada convosco.
Ele: Então porquê?
Eu: Já viu a quantidade de risotto que trouxe para o meu jantar? É pouquíssimo. Não é nada normal que se sirva tão pouco arroz com cogumelos.
Ele: Não fique zangada comigo. Tem toda a razão. É realmente pouco.
Eu: Pois. (devidamente acompanhado pelo levantar de sobrancelhas e sorriso fechado!)
O empregado lá segredou ao gerente que esta senhora não pode jantar 4 míseras colheres de sopa. Dieta sim mas sair de lá com vontade de jantar outra vez é que nem pensar.
Resultado: o empregado lá me trouxe “mais um bocadinho” (disse ele) que era apenas um bocadinho igual aquele que me tinha trazido como prato principal.
Para a próxima, podiam trazer logo a dose inteira, não precisa de vir às mijinhas.
Nestas coisas, seja lá o restaurante que for, se há alguma coisa que não está bem e que me faça sentir defraudada, digo na hora. Posso sempre ouvir algo como “É essa a filosofia da casa.” e, nesse caso, a única coisa que posso fazer é não voltar aquela filosofia. Agora darem-me para jantar meia-dúzia de bagos de arroz com cogumelos, não pode ser. Acho que essa filosofia é a do roubalhanço.
Mas pronto, tudo ficou resolvido.