Há pessoas que têm verdadeiras memórias de elefante. Lembram-se de tudo e mais alguma coisa. De números de telefone, de letras de música, dos nomes e apelidos de todos os antigos coleguinhas da primária, das matrículas dos carros, motas e barcos de toda a família, de todos os acontecimentos passados e mais que passados… enfim, um sem-fim de coisas.
Pois bem, eu não sou definitivamente uma dessas pessoas. O meu cérebro é completamente autónomo e só regista aquilo que tem mesmo que cá ficar. O resto manda fora, para a reciclagem. Porém, eu tenho cá para mim que nunca chega a esvaziar definitivamente essa reciclagem, porque às vezes vai lá resgatar alguns objectos e pensamentos perdidos.
As datas, essas às vezes até me lembro delas, mas é preciso que não calhem ao fim-de-semana, caso contrário a probabilidade de me esquecer é bem grandinha.
No entanto, hoje de manhã, mesmo à última da hora, lembrei-me que o passe da CP não estava no sítio do costume e encontrei-o à primeira. Fico contente quando isto acontece. Parece que é um sininho que toca em cheio na mioleira, aproveitando para me lembrar que afinal não estou assim tão choné.