Sobre aquela coisa terrível que está a acontecer com a Judite de Sousa e com todas as pessoas próximas do rapaz que se foi. É absolutamente horroroso imaginar o que está a sentir esta mãe ao escrever estas palavras:
Meu Deus e meu Pai
“Desfeito em átomos de água, partiu hoje para o teu infinito o filho que me deste.
Gerei-o com amor, criei-o com carinho e eduquei-o o melhor que soube. Foi meu companheiro e meu ânimo nas muitas tempestades que tenho atravessado.
Hoje não tenho nada.
O muito que tinha foi para junto de ti.
A sua alma de menino e o que restou do seu corpo de anjo também já foi desfeito em fumo.
Estou só.
Terrivelmente só.
Só como há séculos, quando a tua mãe, nossa Senhora, te acolheu no regaço depois de te despregarem da cruz no calvário.
Eu agora nada tenho.
Nas distorcidas imagens que os meus olhos rasos de lágrimas salgadas e já secas, vejo nitidamente, o teu rosto misericordioso.
No plano infinito da eternidade já está o meu menino. Tapa-o com o teu manto divino que as noites são frias para lá do Universo, ele é um bom menino.
O meu menino!
E se vires que pode merecer alguma coisa da dor desta perda sem remédio, rogo-te, meu Pai, que pronto me leves a vê-lo, que nestes dias as saudades apertam mais este meu coração trespassado pela dor.
Eu só fui mãe deste filho.
Hoje, já não sou mais mãe de ninguém.”
(Judite de Sousa)
Poxa, que isto é duro...
2 comentários:
À luz da sociedade chorona e sensivel de hoje, eu vou parecer muito frio no que vou dizer, mas, ao assistir a este caso e a toda a exposição mediática que parte da família do rapaz, não posso deixar de me lembrar daquele adágio popular: "as grandes dores são mudas"
Mas é que não tenhas dúvidas disso... e nada frio, aliás.
Enviar um comentário