quarta-feira, 19 de março de 2014

sobre o meu


Hoje é aquele dia em que os filhos babados falam do seu Pai. Uns falam com palavras de agradecimento pelo que representam nas suas vidas e outros tantos da saudade imensa que sentem, porque já não têm o Pai presente. Eu tenho um mix destes dois. De agradecimento porque ele sempre nos {a mim e ao meu irmão} tratou bem, sempre nos deu atenção, brincava connosco e era um porreiraço, sempre de piada pronta. De saudades porque, apesar de estar vivo {e espero que por muitos anos}, há muito muito tempo que este meu Pai deixou de ser o Pai de antigamente. Deixou de estar presente. Deixou de perguntar como eu estou. Deixou de querer saber de mim, da minha vida. Acho que ele assume que estou bem, que estou feliz, que sou saudável. Ele assume e por isso não quer saber, não acha que é preciso saber. Acho, sinceramente, que se ele soubesse que tenho dias em que também não estou bem, ele não saberia como fazer. Se calhar, perdeu o jeito para cuidar de mim. Acho que já não conhece a Cláudia de agora, com 31 anos. Ele conhece sim, mas aquela filhota que eu era há 15 ou 20 anos atrás. Desde há estes anos para cá que ele ficou diferente. Escolheu pessoas que são o oposto de mim. Pessoas a quem eu repulso só o facto de terem a atenção dele. Ele escolheu isso e eu escolhi ficar longe disso. E é isso que nos coloca em hemisférios diferentes. Tenho pena, tanta pena de ser assim... Gostava de ter um Pai presente, que me aconselhasse, que olhasse por mim, que me fizesse sentir que também eu poderia ser uma menina do papá. Não sou nem nunca fui. Nem sei o que é ser...
Feliz Dia do Pai.  

1 comentário:

Miss F disse...

Um feliz dia para Ti :)*