quinta-feira, 4 de setembro de 2014

no que fosse preciso


Digo muitas vezes {e cada vez menos em tom de brincadeira} que trabalharia no que fosse se disso dependesse a comida na mesa e as contas pagas. Trabalho desde os 15. Já lá vão 17 anos em que, durante estes anos, só não recebi salário durante 1 mês e meio, porque estava em formação entre trabalhos. Habituei-me a ter o meu dinheiro desde cedo e a geri-lo da forma mais correta possível. Gastei desmesuradamente entre os 17 e os 20 anos e depois acalmei. Há quem me diga que hoje sou forreta. Não acho que seja forreta mas sou muito controlada e faço questão de poupar algum dinheiro todos os meses. Umas vezes não chega a ser mais de vinte ou trinta euros, mas poupo e essa é a minha máxima. Na verdade, a ideia é não gastar a mais da conta nem que a poupança seja de um euro. Já houve vários meses {para não dizer mais que muitos} em que falta uma semana para receber o salário e tenho menos de cinquenta euros na conta, e aí fico meio em pânico. Isto acontecia-me mais vezes há coisa de 4 ou 5 anos atrás. Tinha uma ansiedade terrível. Daí para a frente entrei em modo poupança, a ansiedade foi ficando cada vez mais controlada e agora quase já não a tenho. Privo-me de um montes de coisas materiais mas mimo-me com uma série de coisas imateriais. Mas voltando à frase do início, trabalharia no que fosse preciso, não tenho pudor em trabalhar no que quer que seja. Talvez porque nunca tive grandes progressões na carreira. Talvez nunca tenha. Talvez mude. Dificilmente suba. Apenas mude.   

5 comentários:

Maria Varredora Pau de Vassoura disse...

É a tua forma de gerires a tua vida para poderes usufruir do que gostas!
:)

bluesboy disse...

A "progressão" na carreira não é, necessariamente algo que implique um posto acima ou mais dinheiro. O que nós valorizamos em termos de carreira, varia muito... pena que muitas vezes os empregadores não entendam isso. pois se se esforçassem mais para perceber as expectativas dos trabalhadores (mais tempo, mais autonomia, objectivos de desempenho realistas ou uma mudança no trabalho que vá de encontro aos skills e interesses do trabalhador), perceberiam que não é preciso muito para ter pessoal motivado :)

Cláudia L. disse...

Maria,
É isso mesmo! Umas vezes bem e outras menos bem.

bluesboy,
É isso mesmo. O subir é muito relativo...

Tania Costa disse...

E tanto me identifico contigo!! O que importa na vida é que nos sintamos realizadas, pessoalmente e profissionalmente, e para isso até podes lavar escadas, se gostares, óptimo!!!

Tal como tu, também gosto de poupar todos os meses, não para me privar, mas sim para conseguir obter outros benefícios. E isso é mal? Mal é viver acima das nossas possibilidades.

Obrigada pelo texto :)

ovelha negra disse...

sabes uma coisa?! adoro pessoas como tu! os bens imateriais são os mais valiosos, precisamos do dinheiro para sobreviver mas não compra a felicidade :)