'tou-me a cagar para isto

É certo e sabido que as pessoas andam desmotivadas. Às vezes, mais do que no trabalho, a vida pessoal também anda a ser afetada por toda esta crise que nos assombra o dia a dia. Ora porque o dinheiro não chega para comprar determinada coisa ou porque não chega para pagar as contas. É dramático.

Mas voltando à desmotivação e, em especial, à desmotivação no trabalho. Há poucos dias falava com um amigo sobre isso. Sobre o facto de, mesmo desmotivados, é importante que se continue a ser um bom profissional. Até compreendo que uma pessoa desmotivada, frustrada, injustiçada e insatisfeita, não tenha a força necessária para dar mais, para superar expetativas. Mas é fundamental que continue a trabalhar bem, sem pôr em causa o bom desempenho profissional.

Há duas coisas que para mim são fundamentais:

1. Ao desempenharmos de forma desleixada o nosso trabalho, a parte mais lesada da história seremos nós próprios. Um mau trabalho pode ter consequências graves e pode demorar mais do que o previsto a ser esquecido;
2. Os clientes não têm culpa da nossa desmotivação. Quando o nosso trabalho tem alguma visibilidade, é fundamental não nos esquecermos que é para os clientes que importa passar uma boa imagem. Eles acreditam em nós. Confiam em nós. E isso, isso nunca pode ser posto em causa. Nunca sabemos se a nossa próxima oportunidade de emprego não está ali à nossa frente.

Para além disso, eu tenho uma máxima:

«Nunca cuspir no prato onde comemos.» 

Isto aplica-se a tudo, em especial ao local onde estudamos e aos vários locais por onde vamos passando. Lealdade acima de tudo e, isto não significa que se tenha que trabalhar para sempre no mesmo sítio, significa apenas que devemos ser sinceros e disponíveis para quem aposta(ou) em nós. Fecham-se portas mas abrem-se janelas. É quase sempre assim.